Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projetam que, a partir de 2039, o Brasil terá, em média, mais pessoas idosas (65 anos ou mais) do que crianças de até 14 anos.
O estudo “Projeção de População”, divulgado nesta quarta-feira (25), indica que o primeiro estado a atingir essa inversão será o Rio Grande do Sul.
A projeção é feita com base no índice de envelhecimento da população, que é a relação entre os dois grupos etários. Atualmente, o indicador é de 43,2 pessoas com 65 anos ou mais para cada cem crianças de até 14 anos.
Daqui a 21 anos, na média nacional, a estatística ultrapassaria cem. Ou seja teríamos mais de um idoso para cada criança brasileira.
Em 2040, a relação entre os dois grupos alcançaria aproximadamente 104. A previsão do instituto é que haja um ritmo de elevação acelerado, chegando a 173 ao fim de 2060.
Tal comportamento se diferencia entre os estados, mas o RS destoa da média nacional –seriam 101 idosos para cada cem crianças de até 14 anos já em 2029. Rio de Janeiro e Minas Gerais devem atingir o mesmo patamar em 2033 e, sete anos depois, ficariam com os índices de 126,7 e 130,2, respectivamente.
Os demais estados só alcançariam a marca nos anos seguintes. A relação inclui: Rio Grande do Norte (101,2), Bahia (101,8), Espírito Santo (105,2), São Paulo (120,1), Paraná (118), Santa Catarina (119,3) e Distrito Federal (107).
Na projeção feita para 2060, segundo o IBGE, apenas Amazonas e Roraima ainda terão mais crianças de até 14 anos do que idosos.
População começa a cair a partir de 2047
A “Projeção de População” revela que o país tem, neste ano, 208.494.900 milhões de habitantes. Os pesquisadores calculam que o contingente continuará a crescer até 2047, quando deverá chegar a 233,2 milhões de pessoas.
Nos anos seguintes, estima o IBGE, a população começará a cair de forma gradual, até os 228,3 milhões em 2060.
Daqui a 42 anos, de acordo com a projeção, um quarto dos brasileiros (25,5%) deverá ter mais de 65 anos –atualmente, os idosos representam pouco mais de 9% da população.
Em 2060, o país teria 67,2% de cidadãos considerados dependentes (acima dos 65 ou abaixo dos 15 anos) para cada cem pessoas em idade de trabalhar. A razão de dependência hoje é de 44%.
O IBGE verificou que a razão de dependência da população vinha caindo desde 2010 e chegou a atingir o seu melhor resultado no ano passado (44%). Já nos próximos dez anos, porém, a proporção deverá se igualar à realidade observada em 2010, quando o Censo calculou em 47,4%.
Expectativa de vida
Santa Catarina, que hoje tem a maior expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos (79,7 anos), deverá manter a liderança, chegando aos 84,5 anos em 2060.
No outro extremo, o Maranhão (71,1 anos) tem a menor esperança de vida ao nascer em 2018, condição que deverá ser ocupada pelo Piauí em 2060 (77 anos).
Já em relação ao país, a expectativa de vida atual é de 76,2 anos na média entre homens e mulheres e poderá chegar a 81 anos em 2060.
O estudo indica que as mulheres continuarão vivendo mais do que os homens. O indicador feminino, atualmente em 79,8 anos, chegaria a 84,2 anos; já o sexo oposto passaria de 72,7, em 2018, para 77,9, em 2060
Fonte: Agências